Apoio ao documentário Santa Clara...Clareai., lançado a 14 de Abril de 2018 em Santa Clara. Santa Rita de Jacutinga-MG
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quarta-feira, 31 de maio de 2023
terça-feira, 30 de maio de 2023
segunda-feira, 29 de maio de 2023
Capítulo
VII
A
derrubada da Ponte do Boqueirão.
A ponte que
passa entre o Boqueirão da Mira, construída por Pereira, é uma obra de arte que
está causando no círculo dos engenheiros sérios estudos devido à sua construção[1]. É
ali que seu construtor vê o motivo para que sua estrada seja reconhecida.
Muito sólida,
dá passagem diariamente às boiadas que descem pelas serras do Bom Jardim, aas
tropas e aos cavaleiros.
Se conseguisse
jogar a ponte ao fundo do ribeirão Pirapitinga que por ali passa apertadinha
vinha não só desmoralizar Pereira, como arruiná-lo. Dessa forma não poderia,
esperar como era seu desejo, serem indenizados pelo Governo da Província os
seus vultosos gastos na construção de estradas e pontes.
Seria uma
estúpida agressão ao infortunado bandeirante da terra ribeirinha.
E, numa noite,
em dia e mês do ano de 1856, Belizário Mariano de Morais, o administrador de Santa
Clara, acompanhado de Calixto, “Tira-Prosa” e muitos escravos da Fazenda, vão
ao Boqueirão trazendo sua gente munida de serrotes, mandando cortar as
travessas da ponte, deixando-as de forma que na passagem de qualquer peso,
cairia no ribeirão.
No dia
seguinte- o milagre- passa uma boiada e nada acontece. Pouco depois o madeirame
descia pelas águas agitadas do ribeirão Pirapitinga.
A este respeito
o “Correio Mercantil”, da Corte, na sua edição de 16 de maio de 1863, publica o
seguinte:
“A estrada do Boqueirão e a atrocidade inaudita”
O
“Jornal do Comércio” e “Correio Mercantil”, de 11 do corrente publicaram ambos
nesse mesmo dia uma notícia de grande alcance a que deve se prestar a toda
atenção. Diz a “Gazetilha”
-Escreve-nos
de Minas – A 20 de Abril de noite, homens perversos dirigiram-se à ponte
colocada na estrada do Boqueirão, ultimamente feita pelo Sr Manoel Pereira da
Silva Júnior, e ali armaram uma terrível cilada aos pobres viandantes, boiadas
e tropas; arrancados os corrimões e muitas taboas do assoalho lateral, cortaram
à serra as travessas sobre as quais descansam
as linhas do mesmo assoalho( o
lateral), e as deixaram presas pela grossura uma polegada e tanto; o menos peso
seria o bastante para levar ao abismo, passageiros e bagagens, mas a
Providência Divina, passou logo uma boiada de sessenta rezes sem o menor perigo
!
Fez-se
o auto do corpo de delito, mas, talvez, nisso ficará!”.
E, a essas perguntas o boiadeiro que
assinou o artigo respondeu:
Segundo certo
escritor quando se quizer conhecer o autor de um crime, procure — se antes de
tudo saber a quem ele pode interessar.
Com
efeito,se essa notícia, não for
da meia noite, o atentado merece exemplar
castigo,e as mais mais rigorosas investigações para o descobrimento de seu autor, muito mais havendo já o corpo
de delito ; porém se começar aparecer descontos á notícia, dá se o publico a
custar a crer que os serradores pudessem de noite, as escuras, regular a
polegada de grossura que deixaram madeiras ou enfim se o negócio for algumas
das costumadas invençoes para serem decantadas pela imprensa como fingida
oposição à sua estrada: então, meus senhores, botem, por hora, de quarentena a
sua notícia porque o cansado romance e fingimento de perseguições ou oposições
já está tão gasto e tão calvo, que nem mesmo a tal polegada de grossura que a
serra deixou as taboas, poderá tapar - lhe a calva; nesse caso,aplicando a
doutrina do escritor do nosso boiadeiro,
cada um de nós interrogará a si próprio:- Quem
será o miserável que tem o interesse em inventar tão ridículos embuste “.
"O
Imparcial".
Manoel
Pereira Júnior da Silva dirige ao Presidente da Província, o seguinte
requerimento:
Manoel Pereira d a Silva Júnior empresário expontâneo da estrada
de Bom Jardim decretada por lei Provincial nº. 839, de 14 de
Julho de 1857, vem respeitosamente requerer a V.
Ex. que se digne no dar execução á Lei nº 1.167 de 8 de outubro de 1862,
relativa á mesma estrada, visto como aproxima a reunião da Assembleia a que
deve ser submetido o resultado do que dispõe a mesma lei afim de resolver
como julgar de interesse publico. E porque os interesses do Suplicante se
ligam a tal julgamento por isso,
P. a V.
Ex. se digne deferir com Justiça.
E. R. M. (a.) Manoel Pereira da Silva Júnior.Estava
colado um selo de $100 reis.
Teve esta
petição o despacho seguinte :-
«Logo que hajam Engenheiros disponíveis será atendido o, pedido do
Suplicante. —Palácio do Governo da
Província de Minas Gerais, 30 de abril de 1863. Fernandes Torres.
Recebeu ainda Pereira a seguinte comunicação
: «Palácio da Presidência da Província de Minas Gerais, 1 de
abril de 1864 — 5ª. Secção. Declaro a
Vmcê. em respostas aos seus ofícios de
17 e 19 do mes findo, que
n'esta data oficiei ao
Engenheiro Modesto de Faria Bello[2]
para proceder ao necessário exame e
orçamento ,contrato de conservação
da estrada denominada de Bom Jardim,com quem melhores condições oferecer,
contanto que que tal contrato vigore depois de aprovado por esta Província a quem deve ser submetido.
Deus guarde a Vmcê.
(a)
Joaquim Fernandes
Torres.
[1]A planta
desta ponte foi oferecida ao Governo de Raul Soares, pelo atual prefeito
farmacêutico Dermeval Moura de Almeida. Está arquivada na Secretaria de
Agricultura.
O artigo publicado no
“Correio Mercantil” de 16 de maio de 1863 faz referências à data da derrubada
da Ponte do Boqueirão que é de 20 de Abril. (1863).
[2]O engenheiro
Modesto Faria Bello, obteve do Governo Provincial, em 04 de Dezembro de 1840,
concessão por 40 anos, para explorar estabelecimento balneo- terápico nas águas
medicinais, no Município de Patrocínio.
Capítulo
VI
Algozes.
Aparecem
nesta zona, alarmando a Vila do Rio Preto, as freguesias de Santa Rita de
Jacutinga, Santa Isabel do Rio Preto e São Joaquim da Barra Mansa, cujas
populações são pacatas e ordeiras dois indivíduos que se intitulam valentões.
O primeiro
deles, o mais perigoso, chamava-se Quintino de Lima Sampaio, nasceu em 1827, na
localidade fluminense de Angra dos Reis, e diz-se natural de Campinas, na
Província de São Paulo . Cchegou aqui como feitor da fazenda de Pirapitinga,
por recomendação do dr. Gabriel, e agora este o tem sempre a seu lado.
Seus
antecedentes são péssimos.
Achando-se
preso por crime de resistência no Quartel
do 1º Regimento da Cavalaria Ligeira da Corte, onde era ferrador, evadiu-se a
09 de Abril de 1859.
A fim de lograr
a polícia, assina Manoel Joaquim da Silva.
Devido à sua
arrogância de valentão, é conhecido nesses meios por “Tira-Prosa”.
É uma dessas
almas criadas para o crime
Homem de
maneiras rudes, grosseiros e descabidas, desagrada a toda gente, tratando os
demais com aspereza.
Foi contratado,
antes de aparecerem nas fazendas do vale do rio Preto, pelo tenente Vicente
Lopes, fazendeiro na Freguesia de Santa Isabel do Rio Preto, para vingar de
inimigos de sua pessoa.
Está no número
de seus inimigos, o seu próprio irmão Antônio Lopes e João Baptista dos Santos,
o sapateiro da freguesia, que quase foi morto no terreiro da fazenda de Vicente
Lopes, por “Tira-Prosa” e quarenta escravos, fato este que é ainda muito
comentado em Santa Isabel.
Fernando Ferraz
e seu irmão Antônio Ferraz moravam na fazenda “Dois Irmãos” (fazenda de São
Mathias), uma légua mais ou menos de distância da fazenda Pirapitinga.
Fernando Ferraz e Antônio Ferraz, dois
portugueses que deixaram as suas vinhas na quinta província do Minho, vieram
tentar fortuna no Brasil, fundando num dos ângulos do vale do rio Preto, a
família Ferraz, hoje portadora de tantos títulos, pelos homens que descenderam
desses troncos.
“...Antônio Ferraz veio para o Brasil ainda
criança, filho de Vitorino Antônio Ferraz de Araujo e Mathildes Inácia
Francisca do Espírito Santo de Araújo. Naturais da vila de Valença do Minho, em
Portugal. Fernando, irmão de Antônio, acompanhou-o ao Brasil, com o mesmo
intuito: o de ganhar a vida em plagas brasileiras, tão irmãs daquelas que se
estendem além do Atlântico...”
Esses dois irmãos, depois de longos anos de
trabalho honesto e produtivo conseguiram um mealheiro e adquiriu a fazenda
denominada São Mathias, sendo, então, conhecida por fazenda “Dois Irmãos”. Como
dito anteriormente, sita a uma légua mais ou menos, de distância da fazenda
Pirapitinga.
Inimizaram-se, devido às artimanhas de
“Tira-Prosa”, que usufruía proveitos pecuniários de ambos. Um dia, chegou e
matou todos os cachorros, quase todos de estimação de Fernando, dizendo que foi
a mando de Antônio.
Em consequência desse fato que veio a separar
os dois irmãos, por uma inimizade criada por Quintino, Antônio Ferraz separou a
velha sociedade que tinha com seu irmão. Antônio Ferraz era casado com uma
filha de Dona Eleuthéria Claudina Fortes, a filha do segundo guarda-mor do
Registro de Rio Preto, Francisco Dionísio Fortes de Bustamante.
Inimizaram-se por ter “Tira-Prosa” matado
os cachorros de Fernando Ferraz, tendo como consequência a transferência de Antônio
para a fazenda de Pirapitinga.
Vestígios da fazenda
São Matheus. Hoje, fazenda Santa Rita. FHOAA 2010.
Já
em Santa Rita de Jacutinga “Tira-Prosa” é um homem que só em referir seu nome
provoca pânico, pois esperou, na estrada do Passa Vinte, em um morro perto da
casa de José Theodoro, seu desafeto José Vilela de Souza Meirelles que não caiu
morto sob as punhaladas de seu terrível adversário, por ter galopado o animal.
Matou
um homem em São João Marcos, na província do Rio de Janeiro, a mando de outros,
cujo crime ficou impune.
Outro
indivíduo que com “Tira-Prosa”, faz a dupla macabra é Calixto Marques da Silva,
natural da vila de Tamanduá (Itapecerica), desta Província.
Reside
na Freguesia de Conservatória, há oito para nove anos. O seu serviço é no
trabalho de machado e serras. Doma, também, burros bravios.
Portador
de um sangue frio que põe os criminosos na classificação dos desnaturados que
pedem o socorro duma intervenção psicopata.
Apenso nº 03 da província- Regimento de
Cavalaria Ligeira- Nº01- Nota dos anais do ferrador abaixo declarado, que se
evadiu deste Quartel, a 09 de abril de 1859, achando-se preso para sentenciar.
Nº 53= Ferrador=Quintino de Lima Sampaio, filho de Manoel Caetano de Lima,
natural de Angra dos Reis, nasceu em 1827= altura 62 e 1 /2polegadas, cabelos
pretos, olhos pardos, ofício =ferrador, estando solteiro. Quartel em 03 de Maio
de 1862. Francisco Joaquim Pinto Pereira = Major Graduado Comandante interino.
Conforme o Secretário de Polícia- Leopoldo Henriques Coutinho.
Tanto “Tira- Prosa” como Calixto
vivem nas fazendas dos Fortes, sem emprego. Acompanha-os em suas viagens à
Corte e à São João Del Rei.
O vigário da Freguesia de Santa Isabel do Rio Preto é
ardoroso Pereirista. Até no púlpito pede pela felicidade de Pereira. Pela sua
fala fluente, põe seus paroquianos a par de todos os acontecimentos que
envolvem a causa de Pereira. É ele, o padre Custódio Gomes Carneiro.
E, por isso, os fazendeiros João Batista Rathman, Vicente
Lopes, seus filhos e sobrinhos, Manoel Martins de Almeida e José de Castro
Lima, fazem uma caixa de oito contos de réis para sustentar capangas a fim de
retirá-lo da Freguesia, e, com ele outras pessoas que não eram do agrado dos
Fortes, que, até ali, estendem-se seus domínios.
Entre os capangas estavam Manoel Joaquim ou Quintino Sampaio,
vulgo “Tira-Prosa” e Calixto.
Já em Barbacena é público e notório que os Fortes querem
matar Pereira.
Os que acompanham sua ação pertinaz e martirizante
exclamam:
_É o único recurso dos Fortes vencerem Pereira, pois por
meio de Leis do Império, nada conseguirão.
Capítulo
VII