-
ELEVAÇÃO A PARÓQUIA ( por José Marinho de Araujo).
A carta de lei n°976, de 02 de junho de 1859, elevou à paróquia a capela curada de Santa Rita de Jacutinga, marcando suas divisas.
Foram estabelecidos os limites da nova paróquia.
De um lado com a de Nosso Senhor dos Passos de Rio Preto, de outro, com a de Bom Jardim .Pelo de Livramento, hoje Liberdade, a linha divisória se iniciava no alto da serra da Mantiqueira, seguindo águas vertentes do córrego de São Bento, daí ao alto do Quilombo: desde a ponte do rio Bananal, na estrada do Carrijo, seguindo pela estrada até o alto da serra da Mira. Deste, por um serrote, fechar no rio Preto, na divisa da Fazenda Palmital, com herdeiros do finado Francisco Teodoro Rodrigues, ficando a dita Fazenda Palmital para o distrito de Santo Antônio de Passa Vinte, hoje cidade de Passa Vinte, e dos herdeiros citados para a paróquia de Santa Rita de Jacutinga.
Há enganos históricos sobre a divisa da Paróquia. Data em que foram estabelecidas , as divisas), 1859.
Quando foram estabelecidas as normas limítrofes, Franciscos, Dionísio (1820) e Theresiano(1854) já haviam vindos a óbito.Sua fazenda, Santa Clara, e suas Fazendas ficaram divididas por territórios , onde se encontram terras de cidades várias e terras de Santa Rita de Jacutinga.
Na época, chamada de Arraial do rio(acidente geográfico), Preto, e não de Rio Preto ( cidade), Santa Rita de Jacutinga já possuindo vida própria econômica e de exploração mineral e agrícola.
Observem que a colonização de Santa Rita de Jacutinga, está mais voltada para as terras de Lima Duarte, chamada como rio do Peixe.
O coronel Manoel Rodrigues da
Costa, em carta de 24 de outubro de 1781, dirigida a dom Rodrigo José de Menezes, dizia que:
"... Dos ribeiros do Bananal e Bom Sucesso,
nas cabeceiras do rio Preto há boas esperanças de jornadas, pelo que dizem os que agora de lá vieram, e
alguns fazem roças; porém o receio do gentio, não dá lugar a alargarem-se e na conquista do dito gentio, há de ser preciso cautela, sem que se mantenha como
de costume. Sim, que se conservem nas suas vivendas, porque fazem Roças, têm Bananais, em usam de
todas as plantas, só falta à língua para persuadi-lo à paz, a qual se há de se solicitar
e não é muito brava, o que faz é fugir; e que, pelo que me asseguraram, a
pouca distância, por de traz das cabeceiras do rio do Peixe, estão as primeiras
aldeias, e as mais estão encostadas a Paraíba e giram pelo rio Preto”.
...
[...] Em 24 de agosto de 1800, o guarda-mor do Registro do Rio
Preto, Francisco Dionísio Fortes, cedia cento e doze datas, no lance Palmital, a
margem do rio Preto, próxima a
atual cidade mineira de Passa Vinte, considerada- "um subúrbio do
arraial do rio Preto”, onde existia um presídio. Aí foi funda da a Sociedade do Palmital, com o fim de se minerar, em corporação, evitando, assim, o assalto do
gentio.
Para se chegar ao Palmital, teria que se passar
pelas terras da atual cidade de Santa Rita de Jacutinga. Transitando por estas
terras o guarda-mor
Francisco Dionísio Fortes faz concessões
de terras e águas minerais, existente no
município. Doação aos mineradores que por aqui passavam. O lugar era
conhecido por subúrbios do rio Preto
ou paragem do Pio Preto.
Com a fundação da atual cidade de Bom Jardim de Minas, pelos Lacerda, foram-lhe concedidas sesmarias que se estendiam pelo território do atual município de Santa Rita de Jacutinga. Inácio Ribeiro do Vale, de família fundadora do município de Andrelândia, instalara a fazenda "Moinhos", na sesmaria de São Lourenço da Jacutinga. Nesse sítio se fez a experiência da cultura da cana de açúcar( primeira tentativa de colonização do vale e montanhas do rio Jacutinga).
Bem, estabelecendo suas fazendas, na Província do Rio de Janeiro, ficando São Paulo ( de Cardoso) para Conservatoria ( Santo Antonio do Rio Bonito),São Fernando ( hoje Cel Cardoso), para Valença RJ. São Francisco para Santa Isabel do Rio Preto ( rio acidente geográfico).
Santa Clara, ficou dentro dos limites de Santa Rita, onde era plantado o Café, retirado o ouro e etc. Fala-se em divisas de terras:São Bento, Vieiras, sítios e fazendas nos vales de Santa Clara, Pirapetinga, Bananal e subafluentes do rio Preto.
[...]Em 19 de julho de 1781 d. Rodrigo José de Menezes mandou expedir, ao comandante do Destacamento do Caminho Novo, alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, instruções pelas quais devia reger.
A ele estava encarregada a vigilância das margens do rio Preto.Tiradentes, na carta de 25 de setembro de 1781 dava conta ao governador da capitania de suas atividades, sobre a fundação do Caminho dos Menezes, e vigilância sobre as margens do rio Preto, a fim de se evitarem contrabandos.
Era imprescindível a distribuição de terras. Grande número de habitantes já vivia nestas paragens.
João Pedro de Bustamante Sá, desde 1760 vinha cultivando numa dessas entradas das Áreas Proibidas, umas terras de que tomou posse. Lá pelos Gerais, a massa humana disseminava- se. Membros das famílias Delgado Motta, Braz de Almeida, Ferreira da Cunha, Gomes, lá tinham- se estabelecido com fazendas de cultura e cuidando-se de mineração. O rio do Peixe, desde as suas cabeceiras até à foz, e seus afluentes, como o Pirapetinga, já era bastante conhecido e bem povoado, assim também as cabeceiras do rio Preto, como Bananal e Bom Sucesso.
Já em 1781, haviam estabelecidos com roças no ribeirão Pirapetinga, três quartas de légua, acima da foz do rio do Peixe, Antônio José Rodrigues Pereira, d. Úrsula das Virgens e Theotonio José de Oliveira, este a cinco léguas.
Na vertente do rio Preto, desbravando o sertão ínvio, o homem civilizado vinha, aos poucos, peneirando.
LÚCIO JOSÉ DOS SANTOS, em sua História de Minas Gerais, depõe que, a 20 de fevereiro de 1780, já no reinado de d. Maria I, em Portugal, tomou posse do governo da Capitania, d. Rodrigo José de Menezes, mais tarde Conde de Cavaleiros[...] Araujo, José Marinho. História de Rio Preto, .