fazenda santa clara ...Ouro, café e gado de João honorio de Paula motta

Apoio ao documentário Santa Clara...Clareai., lançado a 14 de Abril de 2018 em Santa Clara. Santa Rita de Jacutinga-MG

segunda-feira, 18 de março de 2019

ª foto- acréscimo da Fase 2 da Fazenda Santa Clara- Fase do Café,
2ª foto- Sala de São Francisco construída na 1 da Fazenda de Santa Clara, do Ouro, açúcar e culturas diversificadas.
Divisória da Fazenda do Ouro e Café. A Masmorra de Santa Clara, foi construída na fase do Ouro Já existia na Fase do Café.
Senzala, parte dela.( - 9 janelas e - 5 janelas,)..

Carlos Theodoro de Sousa Fortes

Francisco Theresiano ( retrato  pós morte), Maria Teresa de Sousa Fortes, então Baronesa de Monte Verde.


Relato de 1860sobre o tratamento dado aos escravos seus antes de vir a falecer em 1854


III Inauguração da matriz da Vila de Rio  Preto  construída:
inicio por Francisco Theresiano Fortes,
 após seu falecimento: sua esposa Maria Teresa de Sousa Fortes e seu irmão Carlos Theodoro de Sousa Fortes. 
Fonte: Revista  Popular.

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[...] Eram 7 horas quando acordei no dia seguinte, A Villa trajava roupas de gala; era dia de festa. Primeiro um passeio pela vila e depois saberemos a razão da festa O criado trouxe-nos café, que era excelente. Depois de tomar uma xícara do delicioso Moca, embucei-me nos trajos domingueiros e fui lançar um rápido olhar a essa vila, outr'ora celebre nos fastos da ultima revolução mineira. A vila do Rio Preto é pequena, e, terá uma população, pouco mais ou menos de quinhentas almas. Colocada em uma planície, a margem do Rio Preto, de onde lhe vem o nome e cercada dê morros, não pôde ser saudável, visto o embaraço que encontra o ar para poder livremente girar. Tem apenas uma rua extensa, que vai terminar em uma praça, que é dominada pela velha matriz e onde se acha colocada a nova.  Além d'esta rua tem mais outras pequenas ruinhas ou becos, de quase nenhuma importância.
 A velha matriz está a desabar; pequeno templo, sem architecturas em estilo e sem gosto, completamente arruinado, não estava! Própria para continuar a servir de morada ao Deus três vezes Santo.
 A vila, pois, como dizia, trajava vestidos de gala. 
Na praça em frente á rua principal, elevava-se um arco com inscrições douradas e cheias de bandeiras e arandelas e seda; a rua estava juncada de folhas, nas janelas luzindo os formosos semblantes das Rio-Pretenses e o povo aglomerava-se na rua.
 Expliquemos ao leitor a razão da festa. Era morador no município do Rio Preto um dos homens mais distintos de Minas, o Senhor comendador Francisco Thereziano Fortes. Ativo, empreendedor, de inteligência pouco vulgar, o Sr comendador Thereziano prestou os mais relevantes serviços à província que era filho. Era um d'esses homens de tempera antiga e do mais bem formado coração. Entre outros exemplos que° eu poderia apresentar basta-me o seguinte. O Senhor comendador Thereziano possui «m numero avultadíssimo de escravos”. Em vez, porém de imitar o procedimento desses senhores brutais que apenas veem no escravo uma máquina de trabalho, que o considera como coisa, como animais de carga, trata-os ele veem , tratava-os ele ao contrario com o desvelo de pai, com




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Considerando-os quase como companheiros, que o auxiliavam em sua obra de progresso humanitário. Compreendendo quanto deveria sofrer o coração de um escravo, procurava amenizar lhe a vida, e, o que é mais, levando a bondade ate o seu limite, todos os anos, no dia de Natal, concedia a carta de liberdade aqueles d'entre os que mais o tinham auxiliado, e que por sua dedicação e procedimento se mostravam dignos de semelhante favor.

 Religioso, não podia ver indiferente que o dente do tempo fosse corroendo a casa do Senhor, não podia consentir que continuasse a ser sua morada um edifício que desabava em ruinas, mal asseado, sem majestade, sem arquitetura e sem gosto.

 E o Senhor comendador Thereziano, pois, empreendeu a edificação, ai n essas alturas, a despeito de todos os obstáculos e contrariedades que se lhe antolhavam, de um templo magnífico, de uma majestosa e imponente matriz, que pudesse servir dignamente de morada á majestade do Eterno. E a obra começou.
 Mil contratempos vieram embaraça-lo; foi senhor lutar com mil dificuldades; mas suas forças haviam sido calculadas, e homem de quebrar e não de torcer, na expressão vigorosa de Sá de Miranda, nunca recuou da empresa e a obra marchava por diante.
 Mas no livro da Providencia havia-lhe os dias chegado ao termo; a mão do Eterno pesou-lhe no ombro, selou-se-lhe o livro da vida, e Deus chamou-o para o céu. Não lhe foi dado terminar o que com tanto prazer havia começado; não pôde acabar aquilo que era a cogitação de seus dias e o sonho de suas noites; preparará os materiais, vira subir os alicerces, e depois, como o rei profeta, fora dormir no seio de Abrahão. O Senhor comendador Thereziano, porém, era casado com a Exma. Sra. D. Maria Thereza de Souza Fortes. Semelhante a Salomão, quis continuar e terminar a obra de seu esposo. Zombando das dificuldades, dotada de um heroísmo raro, de uma dedicação a toda a prova, meteu mãos á empresa que seu esposo havia encetado.
 Passaram-se meses e a obra subia, e um dia as paredes desabam, e fica inutilizada â obra, que tanto suor, tantos incômodos e tanto dinheiro custara.
 A heroína, porém não recuou. O Sr. Dr. Gabriel de Bustamante, seu sobrinho, acabava de chegar da Europa, trazendo da Universidade de Coimbra o diploma de bacharel em Direito. Assumiu logo, com a direção dos seus negócios, a direção da obra. 
O hábil arquiteto Villaronga foi incumbido da tarefa, e em Novembro de 1861, com júbilo de todos os Rio-Pretenses, o belo e majestoso templo, de simples, mas elegante arquitetura abria suas espaçosas portas ao numeroso concurso dos fieis. Segundo os desejos de seu esposo, a viúva do comendador Thereziano oferecia o templo para a Matriz da vila do Rio Preto.






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Eis ai a razão, pois, porque a vila de Rio Preto ostentava galas e trajava roupas de festa. Voltei para casa, e, preparada a mesa, fomos almoçar. Ora, baiano como sou, não posso passar sem a infalível farinha de mandioca. Na véspera, á noite, meu estômago estava de tal maneira que nem reparei na falta d'ela; mas agora, no almoço, mostrava-se mais exigente e reclamava aquilo a que estava habituado. Lancei os olhos sobre a mesa; mas nada. Em pequeninas bandejas, mui delicadamente trabalhadas, vi alguma coisa que me pareceu açúcar refinado Notei que os convidados passavam-nas uns aos outros e polvilhavam com o conteúdo os pratos. Não podia compreender que gosto havia em polvilhar de assucar os guisados da mesa. Não achando farinha, lancei mão de um prato de tutú e tirei d'ele uma boa colher. Aposto que o leitor ignora o que é tutu. Pois aprenda. E' o prato predileto da cozinha mineira; é o prato cosmopolita, que vai a todas as mesas, pobre ou rica, democrática ou aristocrática, é o simples das mesas mineiras e a mais confortável (deixem passar o termo), nutritiva e saborosa de todas as comidas mineiras. E o feijão preto cosido e machucado e misturado com farinha de milho. Eis o tutu.  Enchi-me pois d'essa admirável comida e, se não fosse o respeitar certas conveniências pessoas, diria que comi a fazer inveja a um barbadinho. Veio o, café acompanhado de doces e bolinhos, e entre eles um admirável prato de sonhos. [...]! O que faz a moca, quando sem ler, tem os olhos fitos no livro,

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[...] Então compreendi a admiração do doutor. Terminado o almoço sai, e com diversos convidados que estão em casa fui assistir à entrada na Vila da Exma. .  Sra. D. Maria Thereza que vinha de sua fazenda de Santa Clara, distante da Vila pouco mais de três léguas.

            Um grande número

De cavalheiros e senhoras tinham ido espera-la   a meia légua de distância.

Girandolas de foguetes que subiam ao ar nos anunciavam que a heroína se aproximava. Procurei imediatamente u m lugar de onde pudesse tudo presenciar.

            Com efeito, minutos depois despontaram os cavaleiros que lhe faziam alas à liteira.

 Por entre o arco passou o transito. Ali meninas vestidas de branco lançavam flores sobre a viúva e os cavaleiros e as senhoras das janelas agitavam os lenços. Senhora* D. Maria Thereza vinha na liteira ao lado de sua









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irmã a Exa. Sra. D. Maria Benedicta, mãe do Dr. Gabriel.
 Trajava com a maior singeleza do mundo. Era um vestido roxo e um chalé preto. Vinha bastante comovida; a lembrança do esposo que se finara sem ter tido tempo de terminar a obra que começara as saudades tão pungentes, que lhe tortura vão o peito, as demonstrações tão espontâneas aquele povo, que a chamava sua benfeitora, a matriz que pela primeira vez ela via tudo isso a comovia extraordinariamente. Pálida apeou-se da liteira á porta da casa em que nos achávamos hospedados; com um sorriso de melancolia e de bondade agradeceu aos que a acompanhavam, e alquebrada por tantas emoções foi descansar em sua câmara. Estava eu a refletir n’essa coisa da vida, quando, senti baterem-me no ombro. Ergui os olhos. Era o meu amigo Albino de Freitas Castro, que eu havia encontrado em Valença e que... achava-se na vila do Rio Preto. E esta, disse eu admirado, por aqui? - E porque não? Saí hoje de Valença muito cedo, e eis-me aqui. - Bom; folgo muito com isto. Demora-se muito? - Em quanto houver festa por cá; não faço falta em Valença e aqui me distraio, perfeitamente. Vou apresenta-lo ao Dr. Gabriel de, Bustamante; não careço de apresentação, conheço-o da corte. —• Tanto melhor; então vamos até Ia, porque este sol queima. E conversando entramos em casa, e deixando-me o Albino, foi apertar a mão ao doutor. Em seguida veio o doutor apresentar-me os dois seus tios, os Srs. Carlos Theodoro e Carlos José, que haviam chegado com a Exma. Sra. D. Maria Thereza. O Sr. Carlos Theodoro é um excelente caráter e, sobretudo um excelente coração. Suas maneiras são agradáveis e fáceis, mas um pouco reservadas. Há n'ele um quer que seja de acanhamento, que se desaparece, quando se tem estabelecido tal ou qual intimidade. Então sua conversação é expansiva e até espirituosa. O Sr. Carlos José é mais expansivo ou premier abord; de conversação fácil e insinuante, agrada aqueles que encetam com ele relações. Prestimoso em excesso é perfeito cavaleiro em sua casa, procurando adivinhar a vontade de seus hospedes e satisfazendo até seus menores caprichos. Eu que escrevo estas linhas, posso atestar o que ai digo, por experiência própria. E já que o leitor conhece esses dois cavaleiros, façamo-lo travar conhecimento também com a Exma. Sra. D. Maria Benedicta, mãe do Dr. Gabriel. Esta excelente senhora reside na cidade de S. João del Rei[...]




















domingo, 17 de março de 2019

Telhas Canal tidas como " feita nas coxas" de escravas, hoje descartado pelo tamanho do fêmur , indicando a possibilidade da altura necessária de três metros e meio. em relação ao dito fêmur.

Dois tipos de telhas ( canal e francesa) Dois períodos diferentes
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