fazenda santa clara ...Ouro, café e gado de João honorio de Paula motta

Apoio ao documentário Santa Clara...Clareai., lançado a 14 de Abril de 2018 em Santa Clara. Santa Rita de Jacutinga-MG

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Desmistificando Santa Clara.Parte 1

Várias vezes ,nos mais variados locais, tenho notícias da construção da Fazenda Santa Clara  no século XVIII.

 Comprovamos que a mesma só veio a aparecer no século XIX.

1-      Reconhecido como o construtor da Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga MG, Francisco Dionísio Fortes Bustamante, sabe-se que o mesmo, aparece no cenário regional das áreas proibidas da Mantiqueira, após a desistência de seu irmão, Dr Luís, para a guardamoria de (vila) Rio Preto.

 Requer a concessão de provisão para essa guardamoria. É o Segundo Guarda-mor de (vila) Rio Preto. Data o calendário 10/02/1800.

2-      Nasce, Francisco Dionísio Fortes de Bustamante (segundo sua Certidão de nascimento) em São João del Rey, onde é batizado, em Outubro de 1766.

3-      Requer a guardamoria em 1800.

4-      Vai para Rio Preto ( Vila) com 1800-1766 com 34 anos.

5-      Falece 1º semestre de 1820 com   54 anos (  fonte de pesquisa: recibos ).

6-      Com o que é informado, em algumas reportagens, teria nascido após a construção inicial de sua Fazenda Santa Clara.

No Inventário de Maria Leonarda, irmã de sua esposa, Maria Joaquina, diz em 1805, não poder ficar com seus sobrinhos e cria-los, por achar-se no sertão do rio (divisor) Preto, por conta de seus escravos. Não há noticias sobre a construção da Fazenda Santa Clara( oficialmente).

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de Documento: Inventário

Ano: 1805/1806

Caixa: 420

Inventariada: Maria Leonarda da Silveira

Inventariante: Francisco Dionísio Fortes Bustamante (guarda mor)

Local: São João del Rei

Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira

fls. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Dona Maria Leonarda da Silveira de quem é testamenteiro e inventariante dos bens da mesma Francisco Dionísio Fortes de Bustamante

Data: 11-12-1805

Local: Vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes em casas de residência do falecido Capitão João Peixoto do Amaral.

 

fls. 01v. - Declaração

E logo declarou o inventariante que a dita falecida testadora faleceu da vida presente em o primeiro dia do mês de Novembro do corrente ano de mil oitocentos e cinco com seu solene testamento (...).

fls. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Dona Maria Leonarda da Silveira de quem é testamenteiro e inventariante dos bens do mesmo Francisco Dionísio Fortes de Bustamante

Data: 11-12-1805

Local: Vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes em casas de residência do falecido Capitão João Peixoto do Amaral.

 

Fls. 01v. - Declaração

E logo declarou o inventariante que a dita falecida testadora faleceu da vida presente em o primeiro dia do mês de Novembro do corrente ano de mil oitocentos e cinco com seu solene testamento (...).

fls. 12

Diz Francisco Dionísio Fortes de Bustamante, que foi nomeado por V. M. para tutor dos menores herdeiros de Dona Maria Leonarda da Silveira, de quem ele é testamenteiro, cuja tutoria não pode o suplicante aceitar por ser solteiro e viver sem família alguma, a reserva dos seus escravos por andar a maior parte do tempo em viagens, ora cuidando  nos seus negócios próprios, ora ocupado nas funções do ofício de Guarda Mor que ocupa, por não morar nesta vila aonde os ditos menores se acham, mas no sertão do Rio Preto; pelos não poder levar para lá, ainda que os quisesse, por falta de meios para os poder conter e instruir, e porquanto o Alferes Silvestre José de Carvalho é casado com uma parenta muito próxima dos ditos herdeiros, é estabelecido e tem boa capacidade e mesmo muita caridade para reger, governar e zelar os ditos menores e sua fazenda (...).

Antes de 1800/1805, não há possibilidades, até agora comprovadas de a Fazenda Santa Clara, na sua parte de sua época do ouro, ter sido construída. 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Paroquia de Santa Rita de Jacutinga.

  •  

    ELEVAÇÃO A PARÓQUIA ( por José Marinho de Araujo).

     

    A carta de lei n°976, de 02 de junho de 1859, elevou à paróquia a capela curada de Santa Rita de Jacutinga, marcando suas divisas.

    Foram estabelecidos os limites da nova paróquia.

  •  De um lado  com a de Nosso Senhor dos Passos de Rio Preto, de outro, com a de Bom Jardim .Pelo de Livramento, hoje Liberdade, a linha divisória se iniciava no  alto  da serra da Mantiqueira,  seguindo águas vertentes  do córrego de São Bento, daí ao alto do   Quilombo:  desde a ponte do rio Bananal, na estrada do Carrijo,  seguindo pela estrada até o alto da serra da Mira.  Deste, por um serrote, fechar no rio Preto, na divisa da Fazenda Palmital, com herdeiros do finado Francisco Teodoro Rodrigues, ficando a dita Fazenda Palmital para o distrito de Santo Antônio de Passa Vinte, hoje cidade de Passa Vinte, e dos herdeiros citados para a paróquia de Santa Rita de Jacutinga.

  • Há enganos históricos sobre a divisa da Paróquia. Data em que foram estabelecidas , as divisas), 1859.

  • Quando foram estabelecidas as normas limítrofes, Franciscos, Dionísio (1820) e Theresiano(1854) já haviam vindos a óbito.Sua fazenda, Santa Clara, e suas Fazendas ficaram divididas por territórios , onde se encontram terras de cidades várias  e terras de  Santa Rita de Jacutinga.

  • Na época, chamada de Arraial do rio(acidente geográfico), Preto, e não de Rio Preto ( cidade), Santa Rita de Jacutinga já possuindo vida própria econômica e de exploração mineral e agrícola.

  • Observem que a colonização de Santa Rita de Jacutinga, está mais voltada para as terras de Lima Duarte, chamada como rio do Peixe. 

Assim era descrito:

O coronel Manoel Rodrigues da Costa, em carta de 24 de outubro de 1781, dirigida a dom Rodrigo José de Menezes, dizia que:

"... Dos ribeiros do Bananal e Bom Sucesso, nas cabeceiras do rio Preto há boas esperanças de jornadas, pelo que dizem os que agora de lá vieram, e alguns fazem roças; porém o receio do gentio, não dá lugar a alargarem-se e na conquista do dito gentio, há de ser preciso cautela, sem que se mantenha como de costume. Sim, que se conservem nas suas vivendas, porque fazem Roças, têm Bananais, em usam de todas as plantas, só falta à língua para persuadi-lo à paz, a qual se há de se solicitar e não é muito brava, o que faz é fugir; e que, pelo que me asseguraram, a pouca distância, por de traz das cabeceiras do rio do Peixe, estão as primeiras aldeias, e as ma­is estão encostadas a Paraíba e giram pelo rio Preto”.

... 

         [...]    Em 24 de agosto de 1800, o guarda-mor do Registro do Rio Preto, Francisco Dionísio Fortes, cedia cento e doze datas, no lance Palmital, a margem do rio Preto, próxima a atual cidade mineira de Passa Vinte, considerada- "um subúrbio do arraial do rio Preto”, onde existia um presídio. Aí foi funda da a Sociedade do Palmital, com o fim de se minerar, em corporação, evitando, assim, o assalto do gentio.

Para se chegar ao Palmital, teria que se passar pelas terras da atual cidade de Santa Rita de Jacutinga. Transitando por estas terras o guarda-mor Francisco Dionísio Fortes faz concessões de terras e águas minerais, exis­tente no município. Doação aos mineradores que por aqui passavam. O lugar era conhecido por subúrbios do rio Preto ou paragem do Pio Preto.

Com a fundação da atual cidade de Bom Jardim de Minas, pelos Lacerda, foram-lhe concedidas sesmarias que se estendiam pelo território do atual município de Santa Rita de Jacutinga.  Inácio Ribeiro do Vale, de família fundadora do município de Andrelândia, instalara a fazenda "Moinhos", na sesmaria de São Lourenço da Jacutinga. Nesse sítio se fez a experiência da cultu­ra da cana de açúcar( primeira tentativa de colonização do vale e montanhas do rio Jacutinga).


 

Bem, estabelecendo suas fazendas, na Província do Rio de Janeiro, ficando São Paulo ( de Cardoso) para Conservatoria ( Santo Antonio do Rio Bonito),São Fernando ( hoje Cel Cardoso), para Valença RJ. São Francisco para Santa Isabel do Rio Preto ( rio acidente geográfico).

Santa Clara, ficou dentro dos limites de Santa Rita, onde era plantado o Café, retirado o ouro e etc. Fala-se em divisas de terras:São Bento, Vieiras, sítios e fazendas nos vales de Santa Clara, Pirapetinga, Bananal e subafluentes do rio Preto.

[...]Em 19 de julho de 1781 d. Rodrigo José de Menezes mandou expedir, ao comandante do Destacamento do Caminho Novo, alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, instruções pelas quais devia reger.

A ele estava encarregada a vigilância das margens do rio Preto.
Tiradentes, na carta de 25 de setembro de 1781 dava conta ao governador da capitania de suas atividades, sobre a fundação do Caminho dos Menezes, e vigilância sobre as margens do rio Preto, a fim de se evitarem contrabandos.
Era imprescindível a distribuição de terras. Grande número de habitantes já vivia nestas paragens.
João Pedro de Bustamante, desde 1760 vinha cultivando numa dessas entradas das Áreas Proibidas, umas terras de que tomou posse. Lá pelos Gerais, a massa humana disseminava- se. Membros das famílias Delgado Motta, Braz de Almeida, Ferreira da Cunha, Gomes, lá tinham- se estabelecido com fazendas de cultura e cuidando-se de mineração. O rio do Peixe, desde as suas cabeceiras até à foz, e seus afluentes, como o Pirapetinga, já era bastante conhecido e bem povoado, assim também as cabeceiras do rio Preto, como Bananal e Bom Sucesso.
Já em 1781, haviam estabelecidos com roças no ribeirão Pirapetinga, três quartas de légua, acima da foz do rio do Peixe, Antônio José Rodrigues Pereira, d. Úrsula das Virgens e Theotonio José de Oliveira, este a cinco léguas.
Na vertente do rio Preto, desbravando o sertão ínvio, o homem civilizado vinha, aos poucos, peneirando.
LÚCIO JOSÉ DOS SANTOS, em sua História de Minas Gerais, depõe que, a 20 de fevereiro de 1780, já no reinado de d. Maria I, em Portugal, tomou posse do governo da Capitania, d. Ro­drigo José de Menezes, mais tarde Conde de Cavaleiros[...] Araujo, José Marinho. História de Rio Preto, .